Era uma vez uma menina-moça, que morava numa cidadezinha de interior, do tipo que não tem nada. A terra do nunca parecia sufocante, até pisar no mundo de ninguém. Onde pessoas não se olham nos olhos, não dizem bom dia, estacionam na faixa de idosos.
Era uma vez um pedacinho de menina-moça murchinho feito flor sem água, triste na cidade grande, e de tão grande com tanta gente, é cheia de vazio. Ela queria pegar o primeiro barquinho de papel que a levasse pra casa, voltar para sua cama, cômodos com objetos de adultos em meio a xícaras de plástico que pertencem as bonecas de sua sobrinha. Aliás queria sua própria bonecas. Voltar ao tempo que as tardes vendo televisão e comendo bolacha recheada faziam parte de seu cotidiano, fazia aulas de violão, tinha pai.
Era uma vez uma Maria-ninguém se escondendo atrás de um notebook de promoção, lamentando seus problemas e suas escolhas. A nova vida não era lilás-azulada como imaginou, cadê a liberdade? Cadê o espaço? Cadê a alegria de voar do ninho?
Era uma vez um blog sem perspectiva de vida, respirando aos pouquinhos pra se manter vivo na blogosfera
Nenhum comentário:
Postar um comentário